Ato pretende chamar atenção para a Humanização do Parto e apoiar profissionais de saúde e instituições púbicas e privadas que seguem as evidências científicas atuais, as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde.
No próximo sábado e domingo (19 e 20 de outubro), ativistas, famílias e profissionais de Saúde farão manifestos em mais de 20 cidades do país em prol da Humanização do Parto. Estão confirmadas na manifestação as cidades de Belo Horizonte, Campinas, Campo Grande, Curitiba, João Pessoa, Juiz de Fora, Londrina, Natal, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Sorocaba, Ubatuba, Vitória, Belém, dentre outras, havendo a possibilidade de mais adesões até o fim de semana. A manifestação dá continuidade a uma série de atividades que vêm ocorrendo desde 2012, quando foram realizados os primeiros protestos.
A iniciativa partiu de grupos de pessoas que se articularam via rede social após alguns episódios contrários ao trabalho de profissionais de saúde e instituições públicas e privadas que atuavam de modo coerente e de acordo com os estudos atuais sobre assistência ao parto e as recomendações do Ministério Público e Organização Mundial da Saúde - que leva em consideração o respeito ao protagonismo da mulher e uma experiência respeitosa de nascimento, contra a realização de procedimentos invasivos sem indicação clínica. Hoje, infelizmente, tem acontecido com frequência o fato de alguns Hospitais e Casas de Parto, além de obstetras, obstetrizes e doulas estarem sofrendo uma restrição velada em sua atuação profissional, justamente por irem contra o sistema obstétrico atual, que tem sido questionado pelo movimento que busca a humanização na assistência ao parto.
O Movimento pela Humanização do Parto afirma, ainda, que não é contra a realização de cirurgias cesarianas, mas considera que elas devem ser feitas apenas quando há risco envolvido e comprovado para mãe ou bebê e não de forma eletiva e fora do trabalho de parto, como tem ocorrido em todo país e defende que as mulheres tenham o direito de escolha integral e esclarecido, e não baseado em empirismos. A frequência dessas cirurgias aumentou de 37,8% para 52,3% de todos os partos realizados entre 2000 e 2010 na rede pública e nos hospitais privados chegam à vergonhosa margem de mais de 80%. Os dados chamam atenção da Organização Mundial de Saúde, que recomenda que a taxa de cesariana, tanto na rede pública, quanto privada seja de apenas 15%. Além disso, o movimento alerta para o fato de que o excesso de cesarianas aumenta a mortalidade de mães e bebês.